Apesar da soma dos índices de desemprego ficar estável em relação ao primeiro trimestre (24,7%), o destaque foi a quantidade de pessoas desanimadas a procura de recolocação no mercado de trabalho. O número chega a 203 mil indivíduos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os Estados com maior número de desesperançosos são Alagoas (16,6%) e o Maranhão (16,2%). Em São Paulo, o número ficou em 1,8%.

   A faxineira Sônia Lima faz “bicos” para conseguir pagar as contas e sobreviver. “Desisti de procurar emprego formal pelas exigências que as empresas pedem”, ela conta. O trabalhador terceirizado Jadson Pereira voltou ao mercado de trabalho há pouco tempo, mas não foi fácil. “Só consegui recolocação depois de ser indicado por um colega. Se não fosse assim ainda estaria desempregado”, explica Pereira.

  A gestora de Recursos Humanos Karine Moreno afirmou que a pessoa deve manter em mente que o trabalho ideal ainda não chegou. “Talvez o perfil da pessoa não estava de acordo com a vaga”, acrescenta.

  Segundo Karine, a formatação do currículo também é importante. Currículos claros e objetivos, e se possível, de apenas uma página são os mais indicados. Assim, não fica cansativo para quem está selecionando. “Quanto mais claro e atrativo o currículo, mais chances tem de ser convidado para uma entrevista”, completa.

  Para voltar ao mercado de trabalho, Karine ressalta a importância da atualização de conhecimentos. “Reformular um bom currículo, atualizar cursos e conhecimentos se necessário. Estar por dentro das atualidades devido o mundo estar muito volátil e mudar muito rápido”, explica.

   Entretanto, de acordo com a economista Bárbara Morais, o desemprego está batendo níveis recordes. “Está quase impossível para população de 20 a 30 anos conseguir emprego, mas esse problema não é só nosso, é um fenômeno mundial. A dívida pública também disparou e o governo não está usando esse dinheiro para poder incentivar o crédito e a economia”, explica ela.